A guerra
Ultimamente, grande parte dos blocos informativos são dedicadas ao conflito entre Israel e Líbano. É mais uma guerra entre tantas que quase desde sempre têm grassado naquela zona. Alguém me perguntava no outro dia « mas esta guerra começou mesmo porquê?» e quando tentei explicar dei por mim sem o conseguir fazer. Como é que se podem explicar estas coisas? Porque o Líbano tem em seu poder uns israelitas?!! Porque tudo começou por causa disso ou estarei enganada? Não estou aqui a tomar partido por nenhum dos lados até porque para fazer isso teria que ter mais conhecimento de causa do que aquele que possuo. O que me interessa é o lado humano da questão. Para nós, que estamos longe, é mais uma guerra num sítio distante do mundo mas quando tento imaginar o que aquelas pessoas estão a passar, de repente, parece que as distâncias se encurtam. Deve ser um pesadelo ouvir as sirenes a tocar e ter que correr à procura de um abrigo; deve ser um horror ver a nossa casa, a nossa rua, a nossa cidade destruídas; deve ser uma tragédia ver pessoas a morrerem à nossa volta. Às vezes, vejo as pessoas a aborrecerem-se por coisas tão mesquinhas (eu, que não sou melhor do que ninguém, também me aborreço por coisas pequenas) e penso «como é que não hão-de existir guerras no mundo?»
A guerra, infelizmente, faz parte da essência do homem. No século IV a.C. Sun Tzu disse «A guerra é um assunto de suprema importância para o Estado. É uma questão de vida ou morte, o caminho para sobrevivência ou para a ruína.» ( in Sun Tzu, A arte de guerra). Volvidos alguns séculos, Maquiavel afirma «Portanto, um príncipe não deve ter outro objectivo nem outro pensamento, nem tomar a peito outra matéria, que não seja a arte da guerra e a organização e a disciplina militares, pois trata-se da única arte que pertence aos que comandam e tem tão grande poder que mantém não só os que de estirpe são príncipes, como também, não raro, permite alcançar tal dignidade a homens de condição simples.» (in O Príncipe, Maquiavel)
Que pensar quando séculos de pensamento elogiam a guerra?
Volto mais logo com um assunto mais "light" - as minhas aventuras na escola. Até já!
Love and light!
2 Comments:
Olá. Cheguei até aqui a partir da Pipocas e carochas. Se me permites vou deixar um comentário. Concordo com o q dizes: todos nós (ou quase) devido às nossas convicções fazemos as nossas guerras privadas e ás vezes por coisas q não lembra ao diabo. Alguém disse q preferia não ter certezas pois eram elas q faziam as guerras. Preferia ter sempre dúvidas pois eram elas q o faziam evoluir. De facto era bom, mas andariamos um bocado à deriva sem certezas (acho eu), se bem que...
Infelizmente, e vendo a nossa história talvez se possa concluir que a nossa natureza seja bélica, ou pior, destrutiva.
O q me irrita em tudo isto é dizermos q evoluimos, q somos civilizados em relação á idade média, p.ex. A minha questão é: em quê? Qd mt na certeza q a guerra está errada, mas até q ponto estaremos dispostos a admiti-lo?
Bem já me estiquei. Desculpa a intromissão. Beijitos.
Olá Amiga!
Com que então viciada? Eu, culpada?
Oh doce culpa! Adoro ler-te e acho que seria um desperdício deixares de escrever ou guardares os textos só para ti!
Pois é, eu cada vez que contacto com o facto guerra faço como tu, é inevitável, ponho-me naquela situação e imagino a minha vida lá. Depois penso no absurdo que é tirar vidas. Não há causas que justifiquem essas perdas! E depois, como diz uma amiga minha, nunca são os senhores da guerra a morrer, esses só mandam matar...ao longe!
Beijinho grande, Lu
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