sábado, agosto 25, 2007

Andróginos?

Depois da descoberta dos 30 Seconds to Mars, fiz alguma pesquisa rápida para ficar a saber quem são eles e depressa percebi que o vocalista - Jared Leto - é também actor tendo protagonizado alguns papéis mais ou menos conhecidos em filmes como Alexandre, o Grande, O Senhor da Guerra, Panic Room e uma breve aparição em Cabine Telefónica. Pude, igualmente, verificar que o seu visual em vídeos como From Yesterday ou The Kill é extremamente cuidado com os olhos perfeitamente maquilhados e unhas pintadas de negro o que me leva ao tema deste post que eu intitulei "Andróginos" ainda que os casos que eu vou referir não devam todos eles ser vistos à luz deste adjectivo.


(Jared Leto)


O Jared Leto, pelos vistos, faz furor entre homens e mulheres mesmo com um visual pouco ortodoxo o que me levou a pensar num outro vocalista de uma banda, este sim, com um visual completamente andrógino e que parece ser, também, um ídolo para milhões de adolescentes femininas que pouco se importam que ele pinte os olhos, os lábios, apresente as unhas cuidadosamente decoradas, etc. Falo de Bill Kaulitz, um miúdo de uma banda alemã chamada Tokio Hotel.



(Bill Kaulitz)



Por arrastamento, lembrei-me de Brian Molko dos Placebo, uma figura muito peculiar, a quem a palavra assenta muito bem e do inevitável Marilyn Manson, personagem indefinível, inqualificável que se encontra, talvez, num outro patamar que não aquele a que me refiro.




(Brian Molko)

Isto levou-me a questionar os actuais padrões de beleza masculinos (masculinos, porque os exemplos apresentados são todos eles desse género), porventura substancialmente diferentes dos de há uns anos atrás. No entanto, se recuarmos até aos anos setenta e oitenta também encontramos casos de visuais arrojados. A memória trouxe-me David Bowie e a sua fase camaleónica, Boy George, inicialmente dos Culture Club, e numa outra onda mas nem por isso menos espectacular, Robert Smith dos The Cure com os lábios eternamente esborratados, olhos carregados e cabelo impecavelmente despenteado.











É óbvio que os exemplos que eu escolhi são todos eles de um meio onde, por natureza, a diferença faz a diferença e, eventualmente, por questões meramente comerciais, assumem-se visuais pouco ortodoxos. Mas a questão não é exactamente essa, mas sim o facto das pessoas (homens e mulheres, adolescentes e adultos) ficarem completamente siderados por estas personagens, fixados na aparência em detrimento da qualidade da música e da mais-valia dos restantes elementos da banda que, normalmente, são pura e simplesmente esquecidos e relegados para segundo plano. Um corpo delgado, um rosto imberbe carregado de maquilhagem é considerado estonteantemente sexy (ver exemplo de Bill Kaulitz) e fica-se em êxtase diante destes rostos verdadeiramente andróginos, quase angélicos, apolíneos (guardo o dionisíaco para o Marilyn Manson). Pela minha parte, aplaudo esta aparente abertura perante a diferença e a novidade. Obviamente que tenho as minhas preferências no que concerne a esta matéria mas não é propósito deste post divulgá-las. Se se lembrarem de outros exemplos, por favor, digam...


Love and ligth!