quarta-feira, dezembro 27, 2006

Cont. do post "Depois das férias do Natal"

Passou o Natal. Espero que o vosso tenha sido melhor do que o meu. Estive doente e na noite de consoada não comi absolutamente nada; nem um copo de água bebi. Ainda não estou muito bem; o meu estômago parece não querer aceitar nada. Uma vizinha minha disse-me que é uma virose que anda por aí. Bem, quando não sabemos o que temos atribuímos sempre tudo a uma virose. Hoje vou continuar a história da Mel, até porque o prometido é devido.
(cont.) "- Olá Joka! Já não morres hoje, nem casas amanhã!Ele olha para mim confuso e eu resolvo elucidá-lo - Ainda agora estive a falar em ti.Ele esboça um ligeiro sorriso - A sério?- Quer dizer, não fui propriamente eu que falei. Foram duas meninas com os corações despedaçados.
Ele atira um pouco a cabeça para trás e ri-se. Vê-se que tem noção do efeito que provoca nas adolescentes.
- E as tuas férias, foram boas? - pergunto por delicadeza.
- Foram. Deu para ganhar ânimo para mais uma etapa.
Apetece-me perguntar-lhe se é verdade que ele foi surfar para fora mas, ao mesmo tempo, receio que ele me ache uma metediça; no entanto, a minha indecisão fica resolvida quando ele me pergunta - Já foi à Florida, professora?
Dá-me vontade de atirar uma gargalhada bem alto mas contenho-me - Não, nunca fui à Florida.
- Então não vá. Estive lá a semana passada e fiquei desiludido. Valeu a pena só pela sensação de sentir o sal na pele.
Quando ele diz aquilo, sinto uma espécie de arrepio a percorrer-me o corpo e mentalmente interrogo-me de onde é que ele caiu. Fito-o demoradamente sem saber muito bem o que dizer, porém mais uma vez ele decide por mim - A professora desculpe-me. Não queria parecer pedante. Saiu-me naturalmente.
Começo a achar desconcertante a forma como ele consegue "ler" os meus silêncios e por isso digo rapidamente - Não me pareces pedante, mas sim autêntico.
Ele torna a esboçar um leve sorriso - Obrigado, professora. Bem, vou indo...
Num impulso detenho-o - Espera. Que sítio me aconselharias?
- O Maui, sem sombra de dúvidas - os olhos negros dele cintilam quando fala - A professora talvez prefira o Bali.
- Obrigada. Não me vou esquecer das tuas sugestões quando tiver dinheiro suficiente para fazer uma viagem dessas.
Ele ajeita o gorro ao mesmo tempo que me pergunta - A professora sabe o que eu faço, não sabe?
Abro a boca para responder mas ele não me dá tempo - O surf é a minha vida, professora. Preciso dele como do ar para respirar.
Sinto-me estúpida - Claro. Não quis insinuar que viajasses por simples divertimento. Já te disse que te acho autêmntico e, em certa medida, invejo essas tua paixão. Gostava de me sentir assim arrebatada por algo - arrenpendo-me de ter falado tanto e decido que está na hora de pôr fim à conversa - Vou indo. Daqui a pouco temos aula, não é?
- Gostava de lhe emprestar uma coisa, professora.
Sou apanhada de surpresa e não consigo imaginar o que é que ele me poderá querer emprestar. Ele abre a sacola que traz a tiracolo e depois de procurar entre os livros estende-me um cd. Eu agarro-o e olho interrogativamente à espera de uma explicação.
- Quando vir essas imagens vai compreender melhor o que eu quero dizer.
Guardo o cd e só agora me lembro de engolir o café que ficou esquecido em cima do balcão e que está completamente frio.
- Até já! - despede-se ele.
-Até já! - retribuo. Saio igualmente do polivalente com vontade que o dia que acabou de começar, acabe depressa! "
(continua)
Love and ligth!

sábado, dezembro 23, 2006

Feliz Natal

No meu último post dizia eu que voltaria rapidamente porque agora tinha mais tempo. Enganei-me redondamente! Entre reuniões de avaliação, as últimas compras de Natal e uma dor de costas que não me larga e não me permite estar ao computador, acabei por não poder estar aqui da forma como gostaria. Desejo a todos os meus blogamigos um feliz Natal; provavelmente não terei tempo para passar pelos vossos blogs, mas quero que saibam que estão no meu coração.
Feliz Natal com muito love and ligth!

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Disparates

Acabei de corrigir todos os testes. Agora só para o ano é que há mais. Uff! Sei que tinha prometido que o meu próximo post seria a continuação da história da Mel mas não podia deixar de partilhar convosco duas preciosidades que li nos testes que corrigi. Se os restantes alunos não tivessem respondido correctamente, eu começaria a pensar que a minha mensagem não tinha passado, mas parece que foi apenas falta de estudo, imaginação a mais, quem sabe?... Mesmo para os leigos no tema (como eu!), desafio-vos a encontrar os disparates.
Teste X - a questão era: Distinga preformismo de epigénese.
Resposta: A teoria do preformismo diz que um homem de grande tamanho está dentro de um ovo, causado pelo espermatozóide e pelo ovário. A teoria da epigénese diz o contrário, que o ovo interage com o meio ambiente sendo um homem de tamanho normal.
Teste Y - a questão era: Defina ADN.
Resposta: O ADN é uma combinação de neurónios em que estes neurónios têm um núcleo, uma membrana e um citoplasma, desse citoplasma existem os cromossomas, esses cromossomas têm a constituição de genes, desses genes existem as bases azotas, um açucar e um desoxirribose. Portanto, o ADN é uma espécie de hereditariedade genética própria de cada ser humano. A existência do ADN no nosso corpo serve para distinguir a nossa genética dos outros seres humanos. Mas como se diz "somos todos iguais, mas diferentes".
Não é minha intenção gozar, até porque já falei com os alunos em questão e juntos corrigimos os erros, mas apeteceu-me partilhar aquilo que é o nosso trabalho diário e a frustação que sentimos quando a generalidade da turma diz disparates enormes, mesmo depois de termos feito o pino a leccionar a matéria. Não foi o caso, foram apenas estes dois alunos. O resto saldou-se por algumas excelentes respostas e outras médias.
Voltarei rapidamente porque agora tenho mais tempo. As avaliações estão já alinhavadas e o resto das aulas preparadas.
Love and ligth!